O Amazonas perde hoje um de seus filhos mais ilustres.
Neste momento de dor e sofrimento, recebi com extremo pesar a notícia do falecimento do eminente Desembargador Djalma Martins da Costa. Após lutar bravamente pela vida, na UTI de um hospital, veio por fim sucumbir e ascender ao plano espiritual, vítima de complicações da Covid-19. Perdemos o nosso eterno Mestre, título pelo qual era conhecido e se notabilizou em razão de seu notável saber jurídico, bem como por ser dotado de rara inteligência, destacando-se tanto no ramo do Direito, em particular, o Direito Penal, como no ramo da literatura. Foi professor catedrático da disciplina Processo Penal por longos anos, sendo formador de vocações em gerações de bacharéis, entre as quais me incluo como afortunado, por ter sido seu aluno nos velhos idos da nossa Faculdade de Direito, situada na praça dos Remédios, a velha “Jaqueira", como era conhecida, bem como, um grande poeta. Redigia e recitava poemas de sua autoria e de outros, e o fazia com intenso prazer e sentindo na alma os versos que trazia sempre em tiras de papel, cuidadosamente dobradas para ocasiões especiais. Desembargador Djalma exerceu com maestria e dignidade todos os cargos diretivos, do TRE e do TJAM, tendo se destacado como defensor aguerrido do aprimoramento dos magistrados através de uma escola da Magistratura, tendo sido um de seus diretores e idealizador de sua criação. Foi também o grande responsável pela retomada da construção do Fórum Henoch Reis, que além de uma necessidade, constituía uma velha aspiração de magistrados e servidores por melhores condições de trabalho, teve ainda papel preponderante na transformação que veio a se operar através dos meios digitais graças a informatização de nosso Poder Judiciário. Isso para dizer o mínimo, pois suas obras não param por ai, vão bem mais além. Tive o privilégio de compartilhar de sua amizade e de sua confiança, o qual me honrou com seus votos nas eleições que concorri para o cargo de Desembargador.
Djalma deixa registrado de forma indelével para toda sociedade amazonense, um grande exemplo de magistrado, deixa também um legado de virtudes e qualidades que ficarão guardadas para sempre na memória de seus amigos e familiares e como inspiração para as gerações futuras. Obrigado meu amigo, pelas lições, pelo profícuo convívio, Vá em paz, meu amigo. Você fará muita falta em nosso meio.
Aos seus Familiares e amigos deixo os meus sinceros sentimentos de dor e rogo a Deus em sua infinita misericórdia que console os nossos corações .
Adeus, meu amigo!

Desembargador JORGE MANOEL LOPES LINS  

Presidente do TRE-AM em exercício